domingo, setembro 27, 2009
Igor.
Jaqueta jeans, calça jeans e alguma blusa social colorida. All Star e um boné. Óculos comum de grau baixo. Igor. Piadas originais, tiradas perfeitas e falas decoradas com êxito ao espelho, desperdiçadas pela sua timidez. Igor. Arctic Monkeys e Cake embaixo da escadinha do colégio com sua única amiga Nina. Descoberta de REM e Franz Ferdinand ali em baixo também. Igor. Primeiro beijo aos 15 anos e primeira briga séria com os pais. Primeira declaração de amor e primeira decepção causada em alguém – Nina. Igor. A insistência de falar aquilo que sabe idiota falar, apenas para não se manter quieto. Precisava mostrar que gostaria de ser querido – sem deixar isso muito na cara. Igor. Ideais que orgulhavam seus pais e legião urbana como banda-chefe. Competição de quem sabia mais sobre rock o fez ficar mais popular, aprendeu tocar “Mardy Bum” para Nina e não sabia se gostaria de mostrar. Igor. O medo de alguém gostar dele e por isso, ter que se manter ao nível desse gostar. E se não conseguisse? Decepções não estariam incluídas no seu estoque de autoconfiança. Igor. Defensor intransigente de suas certezas, por serem tão poucas e tão suas. Modesto por falta de opção e sabia que era bem mais que um avoado do colégio e tinha muito o que oferecer, só faltavam pessoas. Igor. Nina. Igor. Madura criança. Erros propositais para não deixar a vida “em branco”. Respeitador de seus limites. Voz forçada de Renato Russo. Defensor da bebida e contra chicletes. Igor.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
eu gostei mto disso.Já vi homens q escrevem bem sobre aflições de mulheres mas é uma das poucas ou primeiras,ou primeira vez q vejo uma mulher escrever com um desenvolvimento carismático as aflições e questões de um garoto.Pelo tom desse texto eu penso q existe algo de mto real por trás.Vc deve ter um bom jogo-de-filosofar,continue exercitando a elasticidade de pontos de vista...alguém sempre vai acabar se identificando.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirMuito bacana, filhota... acho que é inerente à coisa de escrever, de gostar de escrever e de querer ser escritor saber transitar por diferentes personagens e situações, sejam gays, mulheres, homens, daqui ou de outro planeta... Saber ver e sentir pelo outro, falar e chorar por ele... Quando a gente é observadora e sensível desse jeito, rola uma viagem pelo que pode ser o outro, e aí afloram todas as referências, da vida, do teatro, dos livros etc.
ResponderExcluirfoda, tipo, foda
ResponderExcluir[2] no antônio.
ResponderExcluireu tou quase vendo o garoto aqui na frente, gosh.
Amei, seu estilo de escrita é diferente do que vejo em muitos blogs e dá muito certo, fica lindo.
Bjs!
♥
Não gostei, achei péssimo ! De onde vc tirou esse personagem bizarro ?
ResponderExcluirNem se deu o trabalho de mudar a 1 letra...
Ivan