domingo, janeiro 25, 2015

esse ano tudo vai ser diferente

depois de mandar mensagens para todos os grupos de whatsap e ouvir músicas do alt-j só porque eu sei que você escuta alt-j, eu saio de casa, deixando algum filme parado no meio, à caminho
daqueles bares que tem sempre gente conhecida e que foi um prazer em conhecer, mas,
hoje em dia é até entediante a coisa de puxar assunto e resgatar piadas sem intimidade
e insistir que de um encontro casual saia uma prometida amizade que alguma bebida
nos fez acreditar. mas eu fui.
porque moro em botafogo e botafogo sempre tem alguém por perto que te convence a subir santa e como lá tem jazz ou samba penso que por acidente posso te encontrar. e alguém que me
conhece pouco diz que eu estou bebendo muito e eu fico me achando meio idiota por
rir de gente que dança ou beija esquisito. você não tá lá. é. e eu rio como se você
estivesse. como se eu tivesse um cúmplice para rir de coisa sem humor aparente.
mas nãotenho. não hoje. droga que só descubro isso quando já to na lapa
e já são mais de duas e eu já sei que na lapa a dispersão e o calor são inevitáveis. e para não parecer
angustiada, tento parecer local e finjo ser solta e dou papo pra um gringo que não para
de falar. tenho andado bastante. cada vez mais. odeio gastar dinheiro com ônibus.
cada vez mais. na são salvador tudo já tá morrendo. mas dizem que a esperança.
bem. a minha é praticamente highlander. ainda me sobram piadinhas e os
amigos fumaram maconha demais para entender. meus olhos cismam
 em te ver a todo canto. como uma assombração ou um milagre.
gasto dinheiro com táxi. penso que a vida é puro desencontro,
contradição e, nessa cidade, ainda é bastante cara. a
bandeira é dois. vou me mudar pra um bangalô
num canto da serra. sempre achei que bangalô
era algo charmoso. só não sei como não
desisto se estou tão cansada. acho que
é porque ainda tenho poucas certezas
como quando chegar em casa é só
misturar o leite condensado com
nescau que eu vou ter
brigadeiro.

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