sexta-feira, abril 27, 2012

A decepção de Wanda.

Wanderléia acordou naquele dia com uma dor de cabeça daquelas. Daquelas! A garrafa estava derramada do jeito que ela lembrava da última vez ter visto. Cambaleando, foi ao banheiro e, evitando olhar no espelho, lavou-se. Rosto. Pescoço. Suvaco. Fez xixi em pé mesmo. No quarto, colocando a meia calça rasgada, lembrava das palavras de Robertinho no dia anterior, pouco depois de ter apresentado o seu pequeno cantinho na Lapa.

- Ingrato, Ingrato! - Resmungava Wanda.

Na noite anterior:

- Mas, Robertinho. Robertinho! Sou tua, Robertinho! Não me olha assim com tanta desconfiança. Robertinho, você está sendo mau. Muito mau! Aceite seu benzinho assim como ele é, vai. Olha, meu amor, meu amor, isso é só mais uma coisinha que temos em comum. Ri, Roberto, ri dessa situação! Mentirosa? Eu? Nunca! Omiti sim. Mentirosa nunca! Sou a mulher que mais te amou sim, sou a mulher que mais te quer e olha só, Robertinho! Olha aqui! Olha eles!  Já tinha visto peitinhos mais bonitos que esses? Já? E são meus, Roberto! Meus! Assim como a minha feminidade, assim como esta bunda que você tanto apertou. Como? Robertinho, assim você me ofende! E bem nas nossas núpcias! Bem quando você teria a mim por inteira. Monstro é o que você é! Um monstro! Mas, te amo, meu macho! Te amo e por você viraria até bicho. Volta aqui, volta aqui, meu bem! Volta, monstro, volta! Eu não tenho culpa de Deus ter me feito homem, Robertinho! Não tenho culpa! Robertinho, o que eu sinto por você é coisa de mulher! Volta!


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