foi quando eu tava sentada
esperando janeiro passar
assim
do jeito que só ele
eu do jeito
que só eu
pipocando que nem
os fogos
e as ansiedades que
copacabana
mal suspeita fui
atropelada num redemoinho
descabelada, senti na língua
alguém gritou que era carnaval
quando já não era mais foi
foi só ali que percebi
estava
completamente desarrumada
de tudo
aquilo que sabia de mim
no começo
de janeiro sentada
músculos, ossos
e ambições
tinham rodopiado pra um lugar
só tinha como sair procurando enquanto achava
e achava muita coisa
depois passei a desachar
bem no momento
em que gritaram parabéns
feliz aniversário apaguei as velas
fechando os olhos abri já era final
de novembro. percebi tudo. antes que contasse
pra um vizinho no elevador
ou
pro meu melhor amigo
ou que ao menos
tirasse sangue
e salvasse o mundo dezembro
chegava me tirando mais um ano me
empurrando de cara com o tempo
que
fugia ao longe já
junto com um bloco
e dançando na incerteza de que
ainda te amo à beça e como é
janeiro de novo
eu nisso tudo
só sou uma impressão
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