segunda-feira, setembro 17, 2012

Uma manhã qualquer na casa 23

Acordo com a minha cara
amarrotada
e visto um jeans mais
amarrotado
que me lembra que navegar é preciso
e meu jeans mais ainda.
Mamãe na cozinha
arrasada
pelo eco de semelhanças com sua mãe
que se dispersa no doce queimado.
um duelo decretado desde os mesmos traços parecidos que insistem em aparecer.
que coisa estranha é nascer pra ser.
Mamãe desesperada. Quase louca,
mas menos relevante.
Está velha.
O pai pouco se importa.
Ama-a
mas nem tanto,
nem tanto.
À mim, amava mais quando era mais novo.
Pelo menos, o amor era melhor distribuído
diante da minha pequenez.
E ele que um dia me disse que eu chegava lá,
chegava lá,
olha aí, olha aí.
nem mais o jeans serve.

E eu não sirvo pro mundo, pois sou um adolescente rebelde. Berro por seus berros, pelos seus erros. Ou calo-me. E escrevo.

Um comentário:

  1. Isso é triste a beça. E comum a beça. E que merda.
    E o ultimo verso é de matar.

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