sábado, outubro 09, 2010

Na galeria de arte

Na galeria de arte, dois amigos. Um pintor e um amigo que quer se mostrar conhecedor das artes:


Amigo - Nossa que sujeito abatido, parece até Van Gogh prestes a cortar as orelhas...

Pintor - Meu primo.

Amigo - Ih, aquela ali parece que acabou de sair de um quadro do Botero.

Pintor - Poxa, Fred, é minha mãe.

Amigo - E aquele é tão feio que parece ser aquele cara do “o grito” do Munch.

Pintor - É meu irmão, cacete.

Amigo – Eu vou parar de comentar, mas, as pessoas aqui são tão, tão...

Pintor – Inspiradoras... Por isso que eu pinto quadro de pessoas, quando as acho fascinantemente mal feitas por Deus, eu pinto. Aposto que esses, Botero, Picasso, Munch faziam o mesmo...

Amigo – Há! Olha aquela garota, tem um pé tão grande quanto aquele de Tarsilla...

Pintor – Sim, minha mulher...

Amigo – Poxa, desculpas, desculpas mesmo... Você está ficando zangado?

Pintor – Vem cá, deixa eu te mostrar esse quadro.

Amigo – Calma, calma... Meio esquisito... Bom, bom...É seu? Engraçado, parece um pouco com Picasso... cubismo?

Pintor – Não, é a textura da pele mesmo.

Amigo – E esse nariz?

Pintor – Proposital.

Amigo – Mas, ele é meio vesgo... errou a mão?

Pintor – Nada.

Amigo – Magricelo, iguais aquelas bailarinas de Degas, meio bicha...

Pintor – é...

Amigo – Tem alguma coisa nele que me incomoda, sem dúvidas o mais feio. Tem cara de arrogante e mesquinho... Quem é esse?

Pintor – é você!

O amigo nunca mais foi numa exposição do amigo pintor, o qual um quadro chamado "a mãe de um amigo" foi o que fez mais sucesso.

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