terça-feira, julho 28, 2009

És um dos deuses mais lindos.

Tempo, tempo, tempo. Meu avô diz que o dele era melhor que o meu. Mas, se não fosse pelo tempo ter passado ele não saberia que poderia ter aproveitado mais o tempo de sua infância. Foi o tempo que o transformou nesse grande homem que é e ele ainda reclama do tempo que gastou trabalhando tanto. Meu avô, seu Zé, sempre que pode, lembra comigo dos cheiros de verão que marcaram a vida dele. E que se não fosse pela sabedoria do tempo, ele poderia deixar isso passar despercebido.

Tempo, tempo, tempo. É tudo que quero. Porque quero construir as histórias que meus netos ouvirão. Porque quero me jogar nessa vida boa, ou que pelo menos, nesse instante tá boa. - eu também tenho tempo ruim – E eu quero olhar para trás e dizer que lembro ainda dos cheiros marcantes. Quero tempo para cheiros me marcarem então.

Tempo, tempo, tempo. Não me deixe ressecar com os ventos da vida. Que eu aprenda a curtir parte da minha geração com você e, por favor, me ensine a ser menos ansiosa e parar de dar tanta importância no que nada me acrescenta . Tempo, tempo, tempo. Tempo que deixa suas marcas aos poucos nos rostos dos velhos. E em suas almas também. E em nossas almas e rostos também. Faça com que as marcas sejam variadas para provar que fui uma pessoa que experimentou variados modos de expressão.

Tempo que é construtor de saudades eternas – ou não. Tempo que acalma os corações apaixonados e que se mostra assim, sempre disposto a desafiar as relações. Tempo que faz com que uns virem pedra e outros ar, me mantenha na terra, tá bem? Pode ser na água, para acalmar e ser imprevisivel, porque eu não quero me secar para boas surpresas.

Tempo, tempo, tempo. Bom ou mau? Angustiante ou pluma? O que for, que eu saiba usa-lo para, quando eu não o tiver mais, que meu tempo seja lembrado por outros.

(Caetano e suas letras de gênio e poeta que me inspiraram)

Um comentário: